Riscos: Onde vivem? Do que se alimentam?

por Robinson Sakata

Conceito

Risco é tudo que pode acontecer diferente do que foi planejado. Esta definição pode resumir e englobar dois aspectos a respeito dos riscos: os positivos, que são mais conhecidos como oportunidades, e os negativos, ou simplesmente, riscos.

Isso porque se algo pode dar errado (risco), algo pode ser melhor do que o planejado (oportunidade). Vamos pensar então nesses dois tipos de risco e este é o convite que faço aos gerentes de projeto.

O Planejado

Planejamento é um exercício de futurologia que escrevemos para que o projeto tenha uma referência para guiá-lo e direcioná-lo. Geralmente inclui elementos como escopo (o que precisa ser produzido), cronograma (quando as atividades precisam acontecer), recursos (quem e o que precisa para a produção de um projeto).

A partir daí podemos concluir:

- Ah, então se tudo der certo e nada der errado, o projeto será um sucesso?

- Se o exercício de futurologia foi 100% preciso, sim!

Aqui vamos tratar os riscos negativos, ou simplesmente, riscos

Quando assumimos como verdade que algo diferente do planejado pode acontecer, temos riscos.

E o que não é um risco? Se temos algum “evento de risco” como por exemplo o aumento do dólar, mas isso não impacta em nada no seu projeto, então não faz parte da sua gestão.

Os riscos surgem principalmente nas falhas do planejamento. Um risco de escopo mal definido, por exemplo, cujo impacto pode gerar a não aceitação da entrega pelo cliente e que impacta em retrabalho, atraso na entrega, multa por atraso etc., teve origem nessa falha de planejamento.

Um risco não gerenciado impacta não só às atividades diretamente ligadas a ele, mas também, àquelas que estão conectadas a ela.

Como medir?

Basicamente, quando consideramos a probabilidade e o impacto, atribuímos um valor para estas duas variáveis e a partir disso, a análise e priorização ficam mais organizadas, podendo calcular o nível de risco do projeto.

Ferramentas como matriz de probabilidade e impacto também podem ser utilizadas nesta análise, denominada análise qualitativa, existe também a análise quantitativa que avalia o risco do ponto de vista financeiro.

Como responder?

Existem dois tipos mais comuns de respostas aos riscos:

Mitigação: é uma ação planejada que visa diminuir a probabilidade e/ou o impacto ANTES que o risco aconteça.

Contingência: é uma ação planejada que deve ser tomada caso o risco aconteça. Ou seja, DEPOIS que o evento de risco acontecer.

Vamos usar um exemplo simples para clarificar:

Projeto: Aprender a andar de bicicleta

Atividade planejada: Completar 3 voltas no circuito

Risco: Queda

Impacto: Machucar-se

Causa: Inexperiência

Resposta – mitigação: tirar as rodinhas, uma de cada vez (isso reduz as chances de queda).

Resposta – contingência: capacete (o capacete protegerá caso o risco aconteça).

Monitoramento: Acompanhar o risco identificado e sua adequação diante de cada nível de exposição (Esse processo avalia o desempenho das ações de respostas diante do risco).

Gerenciar riscos é estar um passo à frente das possíveis eventualidades que um projeto esteja suscetível, auxilia os profissionais ao fornecer planos de ações para se preparar para os mais diversos cenários, que fujam da normalidade do projeto, pois trata-se de um planejamento focado em redução de danos e aproveitamento das oportunidades, sendo essencial para empresas que têm como objetivo obter êxito do resultado de seus projetos.